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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Outra vez: a morte ronda Anapu 2

Vejam o que dizem a imprensa e blogueiros:

A extração ilegal de madeira na região amazônica gerou um novo potencial conflito em torno do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Esperança, empreendimento onde a missionária norte-americana Dorothy Stang foi assassinada, em 2005. A pedido do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), agentes da Polícia Federal (PF) e 12 homens da Força Nacional estão se dirigindo a Anapu (PA), onde fica o assentamento. Segundo o Incra, eles deixaram, na manhã de hoje (19), a cidade de Altamira, que fica a cerca de 150 quilômetros de Anapu.
O clima de conflito que se instalou na região tem, de um lado, os trabalhadores rurais assentados apoiados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e pela Congregação das Irmãs de Notre Dame, a mesma à que Dorothy pertencia. De outro, pessoas que, segundo Incra, vivem indevidamente na área destinada ao projeto e que, em breve, terão que deixar o local.
Os assentados reclamam da falta de fiscalização do Estado e exigem a instalação de guaritas de controle para conter a entrada de madeireiros e caminhoneiros na área do projeto. o segundo grupo defende a exploração madeireira como fonte de renda e, com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Anapu, tenta evitar que o Incra os expulse do local. O Incra notificou ao menos 30 famílias para deixarem a área.
Ontem (18), após seis dias de bloqueio das estradas vicinais que dão acesso ao projeto, os assentados conseguiram que a superintendente regional do Incra de Santarém (PA), Cleide Antônia de Souza, fosse ao assentamento e se comprometesse a, em 60 dias, dar uma resposta sobre a instalação de ao menos dois postos de vigilância com a presença de seguranças particulares armados contratados pelo instituto. A mesma medida foi adotada em outro assentamento de Anapu.
Após o fim da reunião com os assentados, a superintendente foi então abordada por pessoas que se identificaram como representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Alegando ser contrário à instalação das guaritas, o grupo ameaçou interditar a Rodovia Transamazônica (BR-230) e exigiu que seja promovida uma audiência pública com a presença da Ouvidoria Agrária Nacional, do Ministério Público Federal e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Temendo um iminente confronto, o governo do estado reforçou o policiamento em Anapu e deixou de prontidão efetivos da Companhia Regional da Polícia Militar de Altamira.
Segundo o superintendente substituto do Incra em Santarém, Francisco De Luca, a tensão provocada pela extração ilegal de madeira não é uma novidade na região. Por telefone, De Luca disse à Agência Brasil que não apenas os assentados, mas o próprio Incra, desde o ano passado, vem reivindicando que órgãos como a Polícia Federal, o Ibama e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) intensifiquem sua atuação na região. (Da Agência Brasil)
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Do blog Língua Ferina:
Alguns agricultores ligados ao Sindicato de Trabalhadores Rurais de Anapu (leia-se Contag e Fetagri) e à Prefeitura Municipal de Anapu (leia-se Chiquinho do PT e o madeireiro Délio Fernandes) são contra o combate à extração ilegal de madeira no PDS Esperança, local onde foi assassinada a irmã Dorothy Stang.
O grupo é contra a instalação de guaritas com seguranças que impeçam a entrada e saída de caminhões madeireiros no assentamento e ameaçam até fechar a Transamazônica se a medida, solicitada por assentados e pela CPT, for tomada.
A defesa dos madeireiras ilegais é tanta que o grupo exige uma "audiência pública" para decidir a continuidade da ilegalidade.
De Carlos Ansara, em apelo na internet:
Estamos indo amanhã pra Anapu em dois carros com pelo menos mais cinco servidores do Incra, pra participar da audiência pública na terça. A situação está ficando cada vez mais tensa. A intenção dos caras é "legitimar" a expulsão do Antônio (amigo e colega do Incra, chefe do escritório do Anapu), assim como mandar embora a CPT. Tanto a CPT como o Antonio fazem um trabalho exemplar junto à comunidade que ainda resiste à presença dos madeireiros no PDS Esperança.

Precisamos de ajuda para divulgar o que acontece ali na grande mídia, de preferência, antes da audiência de terça, de forma que iniba possíveis retaliações violentas. Não sei, mas uma faixa que apareça em jornal televisivo ou uma nota em qquer jornal papel de grande circulação, creio que pode ser útil. conseguimos que o Nassif publicasse no Brasilianas: http://www.brasilianas.org. A cada dia aumenta a possibilidade de atentado contra a vida dos assentados que resistem à presença dos madeireiros (cerca de 20, apenas), membros da CPT ou servidores do Incra. O que eles querem é continuar a extração ilegal de madeira no Assentamento a qualquer custo. Na verdade, o município de Anapu tem como uma das principais atividades, justamente a retirada ilegal de madeira, muita gente vive disso por . Sugiro acompanharem os acontecimentos pelo Blog Língua Ferina, cujo autor, o Cândido, é amigo e colega de trabalho no Incra em Santarém e viaja conosco amanhã.
Colo aqui um comentário postado no blog:
"A avaliação de quem está diretamente envolvido no conflito é de que o clima é pior do que o que originou a morte da irmã Doroty.
Hoje, para os membros da CPT e para alguns trabalhadores ligados à entidade, ser assassinado por alguém ligado aos representantes das oligarquias locais, sejam políticos, madeireiros ou sindicalistas é uma realidade. Além disso caso o Estado ( poder judiciário, INCRA, MPF, IBAMA, Polícia Federa) não pare de uma vez por todas a extração ilegal de madeira no interior do PDS Esperança o conflito tendo como resultado a morte de assentados no assentamento é inevitável."

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