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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O povo cansou lá fora


A revolta de um indiano, a indelicadeza de uma jornalista: mais um viral dos conflitos em Londres
Revista Época- Uma reportagem feita pela rede estatal britânica BBC tem tomado as redes sociais e se espalhado como um viral por vários países. O vídeo mostra uma apresentadora entrevistando um escritor negro, imigrante da Índia (ex-colônia britânica) e morador de um dos bairros pobres em que os protestos foram mais violentos. Darcus Howe, que diz ter um filho e um neto, não defende os saques e os atos de violência cometidos por alguns jovens. Mas também não acredita que estivessem totalmente errados em sua manifestação popular.
A BBC pediu desculpas àqueles que tenham se sentido ofendidos pela reportagem. Mas o pedido da estatal, no dia 10, não parou o efeito viral do vídeo.

“Tudo o que sei, ouvindo o meu filho, e o meu neto, é que alguma coisa muito séria estava para acontecer neste país. Nossos líderes políticos não tinham idéia. A Polícia não tinha idéia. E se ouvíssemos os jovens negros e brancos – mas não os ouvimos -, saberíamos que algo estava para acontecer neste país.”
Nesse momento, a repórter o interrompe e pergunta se ele não condena os atos de violência em seu bairro. “O que me preocupa acima de tudo é que havia um jovem chamado Mark Dogan, que tinha irmãos, e a poucos metros de sua casa, a Polícia simplesmente atirou em sua cabeça”, responde, indignado, o senhor Darcus Howe. A repórter continua tentando mudar o foco da entrevista e pergunta a Dowe se isso e a discriminação contra negros é motivo para “sair causando a desordem que vimos nos últimos dias”.
“Eu não chamo isso de desordem. Chamo isso de insurreição do povo. Está acontecendo na Síria, está acontecendo em Clapton, está acontecendo em Liverpool. E essa é a natureza do momento histórico em que vivemos.”
A entrevista termina pior do que começou, com a repórter dando a entender que o senhor Howe faria parte dos grupos arruaceiros, o que causa completa indignação por parte dele, que pede “mais respeito com um velho negro imigrante da Índia”.
A posição de Howe mostra o outro lado dos distúrbios em Londres. Em momento algum ele defende a violência, mas traz à tona um debate que parece esquecido na Inglaterra: o da discriminação contra imigrantes e contra segmentos específicos de algumas classes sociais. O vídeo causou impacto imediato nas redes sociais principalmente porque mostra a tentativa da repórter emabafar um caso que vai contra o que é defendido pelo governo. Além disso, causou indignação pelo fato de que, durante a última semana, o governo inglês ameaçou derrubar as redes sociais do país e fechou acordos com a BlackBerry para controlar seu popular serviço de mensagem, medida para tentar conter os manifestantes – e uma medida que, quando adotada no Egito, Líbia e Síria, argumentaram usuários no Youtube, foi rechaçada pelo próprio governo inglês.
Abaixo você confere transmitido pela TV Cultura com versão legendada em português).


2 comentários:

Anônimo disse...

Para os países do primeiro mundo a filosofia deles é essa: "Pimenta no C... dos outros é refresco". Já no deles...

Tiririca

Anônimo disse...

O que acontece na Inglaterra não tem nada relacionado com cor de pele como alguns movimentos querem pintar. Desde quando as pessoas se rebelam por causa de discriminação, preconceito...? O que se passa lá é consequência da crise em que eles estão entrando. Essas nações, em sua grande maioria, sempre viveram da exploração de suas colônias e depois que as perderam, viviam em detrimento da miséria do resto do mundo. Essa fonte vem esgotando a cada dia e eles entraram em colapso. Isso aconteceu na Grécia, na Espanha, vai acontecer no país mais sólido economicamente da Europa, que é a Alemanha... E quando acontecer na Alemanha, que o restante do mundo fechem as portas, porque isso é indicativo de que o piloto sumiu. O que acaba de acontcer na Inglaterra será considerado fichinha perto do que ainda vai acontecer na Europa e EUA. Sem essa de preconceito e discriminação. É só brefo que faz essas multidões se revoltar. É claro que existe um país onde o brefo não causa revoltas: o nome desse país é Brasil.

Tiririca