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sábado, 29 de janeiro de 2011

Hoje é Dia do Jornalista

Os dois principais newspapers de Marabá destacam hoje, 29 de setembro, o Dia do Jornalista. Ambos deram página inteira destacando o amor à profissão, suas dificuldades de trabalho e da falta de melhor valorização profissional.
O Correio do Tocantins também recebeu as homenagens dos leitores e anunciantes pelos seus 28 anos de existência, registrados no último dia 15 de janeiro. 
Entre os destaques do Opinião, a prata da casa: Bia Cardoso, Nilson Santos, Edinaldo Sousa e Chagas Filhoprofissionais da melhor qualidade, além de Hiroshi Bogéa, que pontifica com seu blog na internet. O jornal tambémdestaque a meu trabalho jornalístico, ilustrado com foto aberta, pelo que muito agradeço.  
De minha parte, na data recordo e homenageio um dos maiores repórteres da América LatinaLúcio Flávio Pinto, que me levou para a redação da Província do Pará no remoto ano de 1972, descortinando o mundo surpreendente de adrenalina, magia, perigo, aventura, dificuldades de toda ordem levantadas a partir do instante em que se ergue o denso manto que cobre os incontáveis interesses subjacentes às relações de poder na sociedade.
Com Lúcio Flávio Pintoamigo diletoquase 40 anos – compartilho a profissão de por ele demonstrada agora mesmo no seu Jornal Pessoal nº 400,da 1ª quinzena de janeiro 2011, a propósito do livro “O escândalo de Daniel Dantas – Duas investigações (Editora Manifesto, 325 páginas) do também jornalista Raimundo Rodrigues Pereira. Leia o texto a seguir:
       
          “O poder de um jornalista, diferentemente de um bandido ou de um policial, que são seus interlocutores, deve derivar apenas da sua inteligência, do potência da sua dialética, dos métodos de investigação que utiliza e da ética que delimita o seu campo de atuação. Com essas características, ele é um dos elementos fundamentais da democracia. Tem a missão de confrontar o poder, pondo em cheque as versões oficiais, identificando os fatos, desmascarando as farsas e tratando de transformar a informação num bem do patrimônio coletivo. Para que cumpra esse papel, o jornalista é, por definição, um outsider, um auditor dos poderes constituídos, um remador contra a maré do conformismo e da submissão, um fiscal do povo, um auditor da sociedade.
Precisa se expor, correr riscos, quando necessário, incluído o risco de errar. O que não pode é aceitar pratos feitos, verdades acondicionadas em dossiês formados por algum agente do enredo, por grupos de pressão e, muito menos, pelo governo. Presta atenção ao que ouve e procura reproduzir com fidelidade o que lhe dizem, quando funciona como entrevistador. Submetendo, porém, ao teste de consistência e à demonstração todos os dados que lhe chegam.
Claro que deve se resguardar dos equívocos, mas errare humanum est, diziam os latinos, sempre ladinos na retórica. Mas se o preço para anunciar uma novidade realmente relevante e do interesse público é arriscar-se ao erro, que venha o cálice amargo. Assim os interessados se manifestarão, os prejudicados contestarão e, talvez, os ratos saiam das suas tocas. O jornalismo que não exerce o ofício de provocar as manifestações da sociedade e a tarefa pedagógica de se antecipar à consumação dos fatos, ao mesmo tempo em que farejar tendências e perspectivas, é cosmética.
Ao lidar com todos os estratos da sociedade, em todos os lugares, em qualquer situação, atravessando cordões de isolamento, penetrando os grossos volumes da burocracia, destripando as contas e os códigos, indo atrás de cada um dos personagens do acontecimento da ocasião, o jornalismo se torna uma via específica de conhecimento, um caminho heurístico próprio, a forma de poder mais democrática e eficiente ao alcance do cidadão. É assim que se explica a frase aparentemente inconseqüente de Millôr Fernandes, o mais sábio dos sábios humoristas: “jornalismo é oposição, o resto é armazém de secos & molhados.”

4 comentários:

Anônimo disse...

Uma homenagem a Toninho Alvarenga assassinado pelas oligarquias de Marabá na década de 80!

Ademir Braz disse...

Bem lembrado, das 19:21!
Toninho Alvarenga foi assassinado pelo pistoleiro Olavo. Anos depois, Olavo foi assassinado na região de Xinguara, se não me engano, onde era, diz-que, "fiscal de fazenda", doce nome de pistoleiro de aluguel. Tomou 80 tiros de espingardas e ficou duas semanas apodrecendo numa vicinal, que os colonos não deixaram ninguém se aproximar por todo esse tempo para resgatar o corpo.
Até hoje ninguém o homenageou,assim como ninguém, naquele tempo, tentou apurar o crime.
Valeu sua lembrança.

Laércio Ribeiro disse...

Mano velho, por favor faça a correção. Dia do jornalista, 29 de janeiro e não de setembro. Em tempo,felicitações.

Ademir Braz disse...

Obrigado, Laércio. Não sei de onde saiu este setembro aí.